Calunga Pequena


Olá amigos!


Na postagem anterior explicamos o que é a "Calunga Grande", geralmente mencionada pelos Pretos-Velhos e explicamos porquê eles a chamam assim.

Para fechar bem esse assunto, hoje vamos falar da Calunga Pequena. É o cemitério ou campo santo, como também é conhecido.

Na Calunga Pequena é o local onde os corpos são velados e posteriormente enterrados. Por isso são centros acumuladores de energias de sofrimento, angústia e revolta.

Quando se vai à Calunga Pequena é importante se envolver em energias positivas, sempre orando ao entrar e ao retornar. Para os médiuns a atenção deve ser redobrada pois entre os vários tipos de espíritos que podemos encontrar em um cemitério podemos citar:

- Espíritos que estão algemados ao corpo, sofrendo pela própria decomposição.

- Espíritos que não são bons nem maus, podem estar acompanhando um enterro.

- Falanges de espíritos trevosos que espreitam os cemitérios atrás de recém-desencarnados que não possuem o merecimento da proteção. Eles se aproveitam de todas as maneiras possíveis dos que ficam ao léo.

- Equipes espirituais de auxílio. Elas ficam sempre em vigília para ajudar aqueles que se tornam mais receptivos.

Por isso não se deve brincar em um enterro, falar mal da pessoa que morreu e etc, pois do outro lado estão espíritos que podem se afinizar ou se revoltar com o que você está falando e as conseqüências podem ser graves se o espírito resolver lhe acompanhar ou se vingar.

Por isso muito respeito e carinho com esse ponto vibracional tão “delicado” que é a nossa Calunga Pequena.

Outra coisa importante de dizer aos médiuns umbandistas é que, ao entrar na Calunga Pequena, devemos pedir licença ao Pai Omulu, em primeiro lugar, depois a Ogum Megê e finalmente ao Exu guardião daquele local, para ao sair dali, voltar em paz para seu lar, sem levar energias pesadas ou carregar espíritos sofredores.


Se sabemos que há habitantes, temos até por educação, entrar com cuidado e respeito. Alguns utilizam guias de aço, guias contra-egum para entrar, não só em cemitérios, como em outros locais de energias pesadas, como os hospitais.

Porém, o fato de absorvermos miasmas do ambiente ou sermos seguidos por espíritos sofredores ou obssessores, pode ou não acontecer, dependendo de como estivermos vibrando, já que somos poderosos atratores de energias afins, de modo que nossos pensamentos elevados, o teor vibratório de nossos espíritos, além do poder da oração, não permitirão que levemos para casa as energias mais densas.

Pai Omulu é considerado na Umbanda, como Orixá da Saúde e Chefe da Falange dos Mortos. Socorre nos casos de doenças, protege os hospitais e intui os médicos, além de auxiliar o desprendimento do espírito na sua libertação da veste carnal. Encaminha a alma dos recém-desencarnados, enquanto se utiliza dos fluídos que se evolam do corpo físico para trabalhos de magia. Daí a sua ligação com os cemitérios e cruzeiros, onde se condensam vibrações desse gênero.

Alguns consideram Omulu e Obaluaiê o mesmo Orixá. Alguns Pais no santo enfatizam algumas diferenças. A maioria considera que Omulu é a forma mais idosa do Orixá e Obaluaiê a forma mais jovem. Ele, na linha da Geração, que é a sétima linha de Umbanda, forma um par energético, magnético e vibratório com a nossa amada mãe Yemanjá, onde ela gera a vida e ele paralisa os seres que atentam contra os princípios que dão sustentação às manifestações da vida.

Fazendo um entrecruzamento com Omulu, Ogum Megê trabalha na linha das Almas, comandando a energia de ogum dentro da Calunga Pequena. Vibrando com Omulu, O Sr. Ogum Megê é o disciplinador das almas insubmissas. Está presente nos assuntos relativos a desmanche de magia. É o guardião dos cemitérios, rondando suas calçadas, lidando com a Linha das Almas.

Quando se fala em linha das Almas, também se refere aqueles espíritos iluminados, que se preocupam com a cura dos males físicos e espirituais, junto aos pretos e pretas velhos.

Quando citamos a saudação ao Exu da Calunga pequena, ele será da grande falange de Seu Exu Caveira, onde estão outros exus e suas respectivas falanges: Exu João Caveira, Tatá Caveira, Exu Caveira, Exu Caveirinha, Pomba gira Rosa Caveira, Pomba Gira Rainha do cemitério, Exu Quebra Ossos. Alguns ainda citam Exu Pemba, Exu Brasa, Exu Carangola, Exu Pagão, Exu Arranca toco e Exu do Lodo (também ligado à Nanã).

Os Exu Caveira tratam da proteção direta dos encarnados, nos assuntos do dia a dia, daqueles que são filhos de Omulu. São extremamente rigorosos, não admitindo deslizes morais, pois daí se afastam ou castigam. Mas também protegem e acompanham seus filhos por todos os caminhos, quando eles trabalham na mediunidade, auxiliando no resgate das almas.

Os Exus Caveiras também estão sempre de guarda nas campas, impedindo o vampirismo e o roubo de energias que ainda possam existir nos recém desencarnados, para evitar o seu uso na magia negra e formas pensamentos materializadas que o poder das trevas usam para corromper e espalhar o mal. Sua luta é infindável, mas também eles são incansáveis.

Salve o povo da Calunga!


Comentários

  1. Que lindo e interessante texto. requento umbanda e dizem que minha linha é a calunga pequena, porem tenho muito medo.

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